A voz do Empoderamento
- Lagartas Carla, Thays e Veronica
- 27 de set. de 2016
- 2 min de leitura
"Mulheres são consideradas sortudas quando têm sucesso, quando para os homens o sucesso é questão de talento inato."
Sheryl Sandberg

Se você é mulher, consumidora de moda e muito atenta as mídias, provavelmente em mais de uma oportunidade já sofreu uma lavagem cerebral implícita sobre como se portar, vestir, comunicar ou sobre algo relacionado ao seu peso (e na sessão seguinte aprender uma deliciosa receita de comida hipercalórica!). Nada disso começou ontem, essas pequenas normas lhe foram impostas desde a infância.
Porém, com o avanço no acesso a comunicação virtual, essas práticas nocivas vêm sendo desmascaradas e voltamos o olhar para representatividades e o empoderamento, nos questionando quem queremos ser.
A moda é um dos poucos meios livres de expressão feminina, basta olhar figuras históricas como Coco Chanel, Mary Quant, Elsa Schiaparelli, Zuzu Angel, Vivienne Westwood e etc, elas ensinaram uma geração de mulheres que a voz delas tinha poder para ser ouvida pelo mundo.
Isso não quer dizer que estamos livres e seguras dos males de nossa sociedade. ( Veja nosso artigo sobre “7 pecados - As Gafes da Publicidade de Moda”).
Mesmo num dos únicos setores em que a maioria das profissões constituídas são relacionadas ao feminino, a indústria da moda pode ser bastante opressora e machista, explorando descaradamente a sensualização da mulher, objetificando-a e impondo padrões inatingíveis de beleza.
Na realidade, não queremos privilégios para as mulheres nesta, ou em qualquer área, e sim um reconhecimento igualado. Assim, tanto nesta como em outras carreiras, falta representatividade e reconhecimento dos cargos e postos de comando ocupados por mulheres. Ainda somos diminuídas pela falta de credibilidade com relação a produtividade e capacidade, sem falar no ambiente competitivo e agressivo vindo de outras mulheres e no preconceito. Segundo a revista Veja, das 200 maiores empresas brasileiras, apenas três têm uma mulher no seu posto mais alto de comando.” – ( março 2016)
A perfeição magra, de beleza singular, equilibrada com sucesso profissional e a família exemplar, exigidas pelos padrões, é inapropriada e inalcançável, transforma sonhos de meninas em derrotas psicológicas. É como pedir para uma mulher adulta, com toda sua bagagem pessoal, que magicamente se tornasse a Barbie.
São as pequenas comparações que fortalecem a urgência de uma empoderamento feminino de fato, quebrando a atual visão da moda reservada para estereótipos, abrindo as portas para todos, equilibrando as campanhas e tendências para todos os tipos de pessoas e levando a mulher para o comando, ao invés de ser apenas um manequim.
A ONU Mulheres, pensando em nossos direitos, junto com o Pacto Global, elaboraram Os Princípios de Empoderamento das Mulheres, cientes do papel das empresas para o crescimento das economias e para o desenvolvimento humano.
São estes:
1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

Comments